ÚLTIMO TEXTO
O trabalho apresenta um
exercício de explicitação das condições de produção dos currículos de Língua
Portuguesa. Opta por uma abordagem mais interpretativa e genérica das questões
apresentadas nos currículos analisados de diferentes estados . Destacando que para a analise de um
currículo, seja qual for à disciplina, é necessário ter a consideração não só
com o conteúdo específico como também o processo político que desencadeia o
processo de produção, de circulação e as possíveis interpretações desse texto.
Ressalta que hoje na maioria dessas propostas
curriculares parece não existir mais dúvidas de que essa disciplina concilia
dois domínios que foram antagônicos em determinada época: língua escrita e
língua oral. Também se destaca que até os dias atuais quando se tenta integrar
a leitura, produção de textos e gramática nos livros didáticos, a gramática se
impõe altiva e autônoma. E que a maioria dos currículos, ao explicitarem um conteúdo
gramatical não consegue traduzi-lo em termos de uma concepção enunciativa ou
dos usos da língua, da competência textual, em maneira de comunicação, caindo
no estigma da gramática tradicional. A literatura também é reconhecida como um tema que
apresenta problemas básicos e há algum tempo vêm sendo discutido.
Nas propostas curriculares da Língua Portuguesa
o objetivo central é o de levar o aluno ao domínio da norma padrão de escrita, sendo
esse domínio a condição para o exercício da cidadania, sobre tudo para alunos
de classe social baixa. Sendo que nem sempre essa é a única função política sugerida
nesses documentos, há objetivos de que através da língua se preserve a unidade
cultural ou ensejar o amor à cultura brasileira. É também dentro desse contexto
da função social da língua que se insere a variação dialética e a necessidade
de aprender o dialeto padrão. Presentes em todas as propostas a concepção de língua
e de gramática, variação linguística e concepção de texto, indicam o resultado
de uma discussão sobre os eixos orientadores do ensino do Português. O que
declara a intenção de construir uma proposta de ensino/ aprendizagem da escrita
fundamentada numa concepção discursiva e pragmática da linguagem do que uma
realização plena desse propósito.
Foi dito que o item curricular que se propõe a delimitar
os pressupostos teóricos tem a intenção de adotar uma concepção de linguagem
capaz de fazer frente a uma concepção dita tradicional no ensino-aprendizagem
da língua portuguesa. E que nem todas as propostas explicitam e aprofundam um
ponto importante: o caráter de mediação da oralidade para a construção dos
conhecimentos e hipóteses básicas sobre o funcionamento da escrita.Trata também sobre avaliação de uma forma sumária
e indicativa. Tendo como pressuposto fundamental que se deve levar em
consideração é o processo como o mais importante do que o produto.
Concluo com a leitura desse texto que o currículo da Língua Portuguesa
não tem apenas a função de ajudar e conduzir o professor no seu trabalho. Numa
retrospectiva feita por Magda Soares na constituição dessa disciplina como
componente curricular, ela aponta um o aspecto interessante sobre a produção de
material didático. O livro didático assume, então, o papel de produtor das
atividades para a prática docente. (p.46) Visto que o currículo também
serve como condutor do livro, e que esse assume a função de conduzir o
professor devido o fato de ter uma formação precária.
Foi possível durante esse semestre analisar um livro didático, e
concluirmos que não há um livro exatamente pronto para suprir em tudo as
necessidades do professor e do aluno com os conteúdos. Ficou claro que
mesmo tendo o currículo como orientador o professor precisa ser pesquisador e
inovador nas práticas de sua profissão.
A reflexão ficou boa, porém poderia focalizar melhor os tópicos desenvolvidos pela autora. De qualquer forma, atendeu ao objetivo. Espero que contribua para sua prática profissional.
ResponderExcluirBjs
Ivan